Subi o monte
Dia apôs dia
E sempre encontrei
Uma pedra pelo caminho,
Tropeçando nela,
Mas não desisti.
Lutei sempre
Para chegar
Ao cimo do monte
Caí muitas vezes
Mas levantava-me logo.
Fiquei muitas vezes
Presa nas silvas,
Mas logo me soltava.
Consegui sempre
Libertar-me das armadilhas.
Passei sede e fome,
Tive frio e calor,
Mas também não desisti.
Até ao dia
Em que cheguei
Ao cimo do monte.
Finalmente tinha chegado a ti,
Finalmente ia poder alcançar-te.
Depois de olhar
Para todos os lados
Á tua procura…
Encontrei-te…
Mas…
Para minha tristeza…
Não estavas sozinho,
Estavas com ela,
Sim,
Eu vi-vos juntos,
Tão juntos
Como o tronco
E os ramos
De uma árvore.
Aí,
Depois de limpar a última lágrima
Que me ía abandonar,
Voltei a descer o monte,
Já nada fazia sentido.
Tropecei em muitas pedras,
E de todas as vezes me aleijei.
Caí muitas vezes,
Mas nunca me levantei logo.
Fiquei presa nas silvas,
Mas não me apetecia soltar-me.
Caí nas armadilhas,
Mas também não me apetecia libertar-me.
Alimentei-me de ervas selvagens
E bebi da água da chuva.
Quando tinha frio
Cobria-me com as maiores folhas
E dormia nas grutas.
Quando tinha calor,
Despia-me.
Por ti…
Já nada fazia.
Depois de descer o monte,
Encontrei uma placa
Que dizia:
“Segue o teu caminho,
Não te prendas ao amor que sentes por mim.
P.S.: Sê feliz
Ass.: ____”
Aí percebi
Que nem tudo estava perdido.
Apenas tinha perdido
A pessoa que eu mais amava…
TU.